O presente chegou. O menino teima em não abrir. Abre logo! Mas ele não abre. Desde que pegou em cima da cama (era muito grande para por embaixo) ele não solta. Corre com ele pra lá e pra cá. Tente enfiar sob a cama, mas não entra. Tenta guardar dentro do cofrinho, mas não passa. Tentou a geladeira pra não estragar, mas ela é pequena. E temos que olhar este menino pra lá e pra cá com seu enorme embrulho fechado sendo carregado sobre a cabeça pequenina e loira. Diz que só vai abrir quando o presente quiser sair. Eu e o velho estamos tristes, mas não transparecemos para o menino. Não entendemos a razão disto tudo. Já faz muito tempo pra gente se lembrar dos motivos... Se o menino não contar, vai ser difícil a gente saber. O velho às vezes me diz "deixa de bobagem, já isso passa". Mas é angustiante vê-lo tão descontentamente contente com um presente fechado. De tão inacessível seu conteúdo, quase chego a duvidar de tê-lo eu mesmo embrulhado e posto uma linda surpresa ali... Parece que aquilo nunca foi sequer aberto, meu Deus. E sabemos que caixa de presente na mão de criança é uma das existências mais efêmeras da face da Terra.
Agora ele bota a caixa sobre a cadeira e senta-se sobre ela pra lanchar. Diz que é mais fácil pra, pequeno que és, comer sobre a mesa.
*(uma homenagem a todas as criança neste dia tão especial).
*(uma homenagem a todas as criança neste dia tão especial).
Um comentário:
Que texto lindo!!!
Fiquei emocionada!
Um lindo fim de semana pra vc!
estou te seguindo.
Beijos.
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