domingo, 12 de abril de 2015

Minhas janelas pueris


Tenho tido saudades que mantenho guardadas a 7 chaves: comer aquele bolo quentinho na casa da amiga, sentar na calçada com um velho violão desafinado, tocar aquela campainha velha sem ter a certeza dela ter sido escutada, sonhar - e apenas ter que fazer isto - com o que se vai fazer no futuro, atender a porta ouvindo alguém te gritar pelo nome. São minhas janelas da infância e adolescência abertas para o infinito.

Tempo passado, congelado - dizem - como em uma fotografia. A verdade é que foi eternizado e como tal já não sai mais daqui de dentro. Pra sempre me leva, por mais que seja eu quem o carregue. E minhas escolhas? Antes elas eram seletivas e me davam uma direção; hoje são lembranças que me tomam subitamente e que me mostram as decisões que tomei. São um trago pra uma mente que quer viver tantas vivas quanto possíveis e que nelas enxergam todo um outro universo não vivido. Dá saudade tudo isso.