domingo, 23 de janeiro de 2011

Cartas - Do velho para o moço Santiago



Caro moço Santiago. Aqui, de cima dos tantos e tantos anos, me lembro de uma época apressada em sua vida. Sua pois não posso dizer "nossa": você ainda amadurecerá bastante no caminho para chegar aqui.Tal época - me lembro com sentimentos como se fosse ontem - foram de incertezas, escolhas e de delicadas e não muitas opções. Opções estas que você se cagou na ânsia de lidá-las, e que sei que em tal época já sabíamos que passávamos pelos nossos caminhos com medo. Depois que passamos da etapa do medo, muito mais presente na gente do que mostramos isso aos outros, eu passei a enfrentar com calma, qualidade esta que você está construindo ainda. Saiba que daqui tudo é muito mais calma e belo. Vejo com carinho cada uma das nossas escondidas no canto do quarto. Dai, dos nossos 20 e poucos anos, tenho certeza que você vai lidar com força e fé, rapaz, mesmo sabendo hoje ainda creio que desconhecemos nossa verdadeira força. Tivéssimos mais anos para mostrá-la, fariamos a revolução. Ao menos em nossos três corações. Saudades eu sinto deste seu tempo apressado, apertado, mas tão querido! E olhe lá, cuide bem das nossas coisas por ai, afinal, se as tenho com carinho aqui é porque eu soube lidar. Saiba também, meu querido!  

quarta-feira, 5 de janeiro de 2011

Vem caminhar comigo?




O caminhar é metáfora do viver. E para 2011 tenho pensado para onde caminhar. Tenho trilhas fantasiosas por quase miraculósas em minha mente. Tenho tênis macio, apenas um, mas tenho. Tenho roupa de algodão, bom em qualquer lugar. Aprendi a me orientar pelas estrelas e a buscar no horizonte o estímulo para alcançá-lo. Dou um passo e o horizonte se afasta um passo. "Para que serve o horizonte? Serve para isso, para nos fazer caminhar". Prefiro companhia. Não gosto de caminhar sozinho embora eu ame minha única presença no espaço. Fico bem de qualquer jeito, apenas assumo papéis quando em companhia. Meu melhor é ser alguém que corresponde um pouco à expectativa do outro. Meu preferido é não ligar para papéis e não fico a vontade quando alguém assume um papel e diz ser ele mesmo. Para 2011 pensei em caminhar um pouco com cada um de vocês, amigos que aqui passam para buscar um pouco de café agora mesmo passado. E talvez isso seja outra metáfora do viver. Vamos?