quinta-feira, 30 de junho de 2011

Cafés, cafés e cafés



Café é café e ponto. E isto está certo. Mas há cafés e cafés. É preciso um exercício para saber saboreá-los. Há Cafés que oferecem o prazer da degustação. Há cafés para esquentar, para matar a fome e há Cafes nos quais meninos não deveriam entrar, talvez pelo excesso de Cafe(t)ina. De qualquer modo, para um serzinho já crescido, os cafés variam em seu aroma, textura e persistência no paladar. Em minha última, pedi um Sul de Minas e um Bahia. Curtos. Vieram e, intercalando com breve gole de água com gás, meu sabor foi de alegria. O primeiro dos dois, encorpado: como uma jovem de pele firme e cabelos grossos, mas lisos, calças coladas ao corpo e um top branco por cima da pele escura, contrastando com sua beleza. O outro, suave, mas sedutor: como uma loira bronzeada de praia, com seus cabelos de luzes invertidas e de biquini de seda, bem leve e suavemente encaixado aos seus entornos. Conto isso degustando meu bom e velho capucino enlatado, tipo cinema americano dos anos 80 ou das novelas mexicanas. Mas ainda faço uma receita especialmente com você, Sul de Minas.

quarta-feira, 15 de junho de 2011

O menino, o moço e o velho

"Não sei como começou. Não sei se foi o capricho de um garoto escondido no corpo de um velho, ou o ideal de um jovem refletido no olhar de um adulto".



Assim começa a narrativa do filme O Estudante, um filme espanhol, de Roberto Girault. Primeira indicação que dou. Quem assistir entenderá o porquê. Bem... pelo começo da narrativa já dá pra se ter uma ideia... não? Ah.. há também o Santiago, um dos protagonistas do filme. Falar mais estraga.

segunda-feira, 13 de junho de 2011

Pra uma namorada



Eu penso em como superar a falta dela, mas oro para que seja ela a pensar sobre isso. Penso em como dimunuir a dor, minha ou dela, a que doer antes. Penso em como as coisas não estão mais como eram. Penso em como a gente viveu, como tudo passou, como sobrevivemos a tantas coisas. Penso, mas no limite daquilo que chamo de lembranças - fracas e cada vez mais duvidosas.

Penso em como o tempo foi bom, em como as coisas se ajeitaram. 

Penso nas besteiras que fizemos. E nas que superamos. Penso sobre como temos nossa beleza amadurecida, nossos corpos e rostos. Penso que beber água, bastante água, foi bom. Evitar comida ruim também. Penso nos filhos que tivemos. Próprios ou não. Penso no que construímos, no que pudemos comprar. Casa, carros, máquinas fotográfica e bolsas. Penso como foi dificil o começo: emprestar, parcelar, herdar, dividir para somar. Penso na ajuda que nossos pais deram. Penso no nosso amadurecimento profissional. Em nossas escolhas e aptidões. Nos valores que nos demos. E nos respeitamos. Penso como foi o começo, primeiros empregos, segundos, concursos. Passeios! Penso na primeira noite em nosso apartamento.

Nas passagens pela frente acompanhando, tijolo a tijolo (pré-fabricado) aquele cantinho - "simples, mas é nosso", como ela me disse certa vez - se erguendo. 

No que passamos para tentar - e viver - esse sonho. Penso em quando ainda jogávamos horas fora com filmes chatos ou de medo. Capucinos inventados, vinhos que só eu tomei. Penso em quando andávamos de mãos dadas e era estranho. Quando numa rua, que era minha, a vi pela primeira vez. Penso quando sonhava com alguém entrando em minha vida, por passagem em minha cidade. E me levando. E assim foi. Penso quando procurava você e não entendia que o tempo não era aquele. Penso como sofria. Queria, sabe. Já estava me preparando. Penso quando beijei outras bocas e todas me foram estranhas. Só a sua me acolheu. Penso quando não pensava no meu primeiro amor. Vergonha.

Penso quando salvava planetas, cidades, era super-herói - ao lado do meu pai - sem conhecer as super-heroinas que são as mães. 

Penso quando praticamente não pensava: eu sentia texturas, temperaturas, geometrias. E olhava como quem olhava pela primeira vez. E era, então, novamente bebê-criança. O bebê Santiago. E, então, eu era apenas uma barriga grande e quente. E já tinha o mundo em meu coração: esperava por você. Pra você quardei o amor que pude dar. 

(Versão com meu amigo Marcelo Araújo e Haline)


 

terça-feira, 7 de junho de 2011

Jardim



E meu amor cresceu assim
Beirando seu muro alto
Bebendo da água que me jogavam.

E por amar assim
O jeito foi crescer
Entendendo que somos opostos.

E orando, sempre
pra que aquilo que nos aproximou permitisse
Que as diferenças fossem, na verdade, complemento.

segunda-feira, 6 de junho de 2011

Coisas novas



É das coisas novas que precisamos, não é? Quero uma nova marca de capuccinno. Um novo e mais suave creme pra ter em cima. Quero um novo pão-de-queijo pra acompanhar. Uma nova companhia como a de vocês, meus velhos e velhas amigos, mas sem essa cara lavada de que nada mudou. Uma nova uva pra dela ter um novo vinho. Quero a docura de um beijo novo. O sabor de um novo amor. A esperança de uma nova vida in-tei-ri-nha pela frente. Quero a lua nova, o sol novo da manhã. um sorriso novo, que eu não conheça: quero pra decifrar. Aquele olhar ainda não me olhado. O pão estranho que desconheço o sabor. Quero a roupa nova. De novo, quero tudo agora. O que mais sinto falta não é da novidade, é da falta do que saber ser o novo. Todo dia algo novo acontece. Me faça um favor? Pois me conte, quem por aqui visitar, o que de novo lhe aconteceu. Então tragaremos.