Num tempo como este se encontram dois amantes, transgride um adolescente, recai um bêbado em algum canto só. Em todos os casos acompanhava o frio, sinal de um pleno outono sem planos ainda para qualquer outra coisa. Sei que eu quero estar junto a ti, mas se não me vem o amor do oposto, aqui eu tomo a segunda taça sozinho. O vinho é bom, leve, cabernet, me lembra chocolate com passas. Me lembra nossa primeira taça juntos, o seu primeiro gole e, talvez, ainda não sei, minha última vontade de estar contigo. Mais um trago. Me falha a memória. Não lembro mais o ponto de servir, o tempo de repouso antes do primeiro gole, nem mesmo o tempo de repouso antes do primeiro beijo. Acho que não deveria existir. E por isso trago o beijo antes mesmo da vontade, mecanicamente. Mas isto talvez seja a vontade, não o beijo.
Nenhum comentário:
Postar um comentário