segunda-feira, 4 de janeiro de 2010

CHUVA NA PORTA DE CASA

Quando se chega assim em pé de chuva a natureza avisa que pode mais. Mesmo sabendo que sou menos, não dá vontade de tremer as pernas. Eu apenas observo. Por sorte, posso guardar esse momento. Queria que passasse em cima de mim, para eu olhar para cima. Mas passou longe. O suficiente para eu me sentir menor novamente.

Nessa época é comum grandes massas e muita água. Agora um pouco mais, dizem: agravantes que pagamos por não respeitar a natureza. Lembro que quando menino Santiago, de bicicleta, corríamos para entrar embaixo dessas águas doces e geladas. E quando barulho fazia, fazíamos o caminho inverso, e muito mais rápido.

Hoje, passo próximo blindado, com teto e tudo. Sem chance de molhar e sem vontade de ir atrás. Hoje passo sozinho, procurando gotas dessa saudade. O tempo passa marcado pela chuva que se vai e pela luz do dia que se apaga. Mas que fica gravado em pixels e em pequenas coisas dentro do coração que não souberam dar nome ainda.

3 comentários:

Vanessa Souza disse...

Nem tudo pode ser nomeado...

Anônimo disse...

eu ja tava com saudade daqui!

Mariana Lopes disse...

lá pela madrugada[queria lembrar qual]ouvi me chamando por janelas e qudros escanlosos, a chuva. A princípio pensei estar tentando me meter medo, já que a cada grito rouco e agudo era um apertão no braço da mãe junto com a manta de bolinhas coloridas. Mas daí percebi que queria apenas se livrar de seus males.. assim como eu um dia quero me livrar dos meus.
Sabe.. passei a contar os segundos entre um relâmpago e um trovão pra descobrir a distância dos raios.. e aos poucos fui percebendo que não era necessário ter medo.. e que era muito mais interessante observá-los, a chuva e seus derivados.

//*.*// santiago c é foda.