quarta-feira, 28 de setembro de 2011

Pra quando você não vem



É pra você que não vem que arrumo tudo. Dentro e fora. Mais dentro, onde tem mais bagunça. A bagunça é minha e preciso esconder. Esconder porque não adianta, ela volta. É pra você que não vem que encho a geladeira, compro coisas gostosas e cheirosas, faço a lição de casa. Deixo tudo arrumadinho. E então me pego pensando... Quando você vem, desarrumamos tudo: a cama arrumada às pressas, o sofá endireitado torto, a geladeira e as mesmas coisas gostosas organizadas por tamanho ou por ordem de gostosura. Mas quando você não vem percebo que tudo fica como deveria estar. Que a geladeira, cheia, deveria sempre estar assim e que a cama gostosa é ela desarrumada pra deitar. As flores pra enfeitar falando bom dia e roubando seu perfume enquanto aquele seu doce preferido, que compramos de vez em quando, tenta imitar a docura do seu olhar cor de chocolate. Minha casa pra quando você não vem tem mais a sua presença do que eu gostaria que tivesse. Deito feliz, comendo o doce dos seus olhos.

2 comentários:

OutrosEncantos disse...

é, a isso a gente chama de saudade:
a presença que dói.

beijo.

Anônimo disse...

Maravilhoso.