segunda-feira, 19 de setembro de 2011

Dure pouco, mas pra sempre



Não dá pra falar que vou lembrar de você por todo minha vida, vidinha curta, que isso será minha lembrança sobre um dos meus namoros que pouco significaram. E nem quero. Mas é importante que lembre do meu sentimento por você e o que isso me significava nesse pouco tempo que passamos em minha casa. Tampouco desejo um banquete gordo e indigesto para o natal ou uma virada de ano numa praia limpa qualquer à prestação. Mas que não perca a vontade de comer ou que deixe de conhecer novos lugares e pessoas por tão pouco. Seria importante conversar menos, não falar só pra ter assunto, mas utilizar as palavras para coisas mais úteis e colocá-las com precisão para despertar o devido sentimento. Assim como prefiro ignorar e não dar valor algum pra alguém do que bater boca com essa pessoa que quase nada significa pra mim. Vale mais aquela paixão sinceramente fútil, efêmera, volátil, de uma noite, uma garafa de vinho e uma taça quebrada, do que o amor meloso que desperdiça meu tempo com pequenos atos encenados pra agradar a quem quer que seja. Prefiro lembrar do calor que queima minha pele e me marca do que daquela camiseta fresca, barata, que rasga fácil e que logo troco por outra. Assim como sentir o frio que me oferece um vinho ou um café me aquece mais minha alma do que aquele cobertor barato que lavo antes de todo inverno. De manhã, toda manhã assim, prefiro sentir sua ausência do meu lado enquanto estás fora do que olhar pra sua cara lavada e mal-humorada. Que o objeto outro me perdoe, mas não abro mão do que está no meio das nossas significâncias baratas.

Um comentário:

OutrosEncantos disse...

as bolinhas de sabão...
sopramos, saiem voando por aí refletem, como um espelho, um mundo, como se fosse apenas belo, num ápice explode, desaparece sem rasto, procuras no olhar... e sentes o vazio!

bom dia, velhoSantiago-menino.