Ouro de tolo é o que não tenho. Muito menos pote cheio deles. Ouro meu é de verdade, e ouro meu não brilha brilhoso, ou é suntuoso, ou pindurricalha por pulsos alheios e pescoços floreados. Ouro meu é servido num pote que busco na saudade, e me enriquece o coração sempre que fico assim, sem tempo ou sem espaço. Ouro meu é pisar onde toca o arcoíris. E é dado sempre que tenho saudade.
Jogue fora este ouro teu, caro amigo. Talvez este não te enriquece tanto como este meu, que lhe é oferecido aos montes. Deves procurá-lo onde ele existe em abundância e é fácil o garimpo, basta um exercício. Mesmo que rocha sólida encontre, garanto que o ouro fica a poucos minutos de uma idéia. E a rocha sempre quebra com o tempo, não com mais nada não.
Tem outro jeito pro garimpo: pega na mão a luz do tempo que já se foi, aproxime e cheira suas vontades: basta compreendê-las. Ponha-as em luz de vela e sopre nela a ausência que te dá. E olhe que dá, bem eu o sei, que tanto as cheiro. Se luz que foi ficou no papel, fica muito mais em carne. Não se sabe porque, mas é na memória que mais forte ficam as fotografias gravadas. Parece que se tornam ouro.
2 comentários:
Então faz assim. Eu vou com você brincar de achar moeda no fim do arco-íris, você topa?
Belíssimo texto.
Te abraço forte.
Olá, adorei seu blog!
seus textos são muito bons. Seguindo!
bom 2010!
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