quarta-feira, 13 de janeiro de 2010

EU DECIDI PARADO NÃO VOU FICAR

Aquele lençol, exatamente como se deixa, assim que se acorda ele fica. É o meu, o reconheço, ele não se mexe. E, tal assim como fica, entristece assim que se volta. Ele ali me bate no rosto que companhia eu não tenho. Mas estamos tão acostumados... tanto ele quanto a mim, voltamos como saimos, a diferença é um banho, talvez. Pensamentos aprenderam, de mansinho, a contruir espaço, como pontes entre futuro e minha realidade. Como será quando tudo mudar?

Diz, por essa ponte, que Física preencherá espaços: ondas sonoras, luzes que formam em meus olhos turvos figuras reflexivas de carinho também, talvez. Por quanto tempo se mantém carinho como o meu pelo lençol ali, que deixo assim que se acorda ele fica? Haverá companhia, mas, meu deus, que exista companheirismo! E se uma das partes acordar antes e não houver sono da segunda, qual deve preparar o café? Não o preto, não tomo. Haverá capuccinno para sempre?

E ele, não sendo mais meu, volto arrumado. Que triste para ele, amaciado por quem o não concebeu. Que triste para mim, amaciado por quem não foi concebido. Que triste para a outra parte, até então uma hipótese, uma epífase, uma qualquer. Mas uma que começa a modificar meu sentimento, antes mesmo de amassar primeiro o lençol ou de arrumá-lo para hora mais avançada.

3 comentários:

lídia martins disse...

A liberdade é azul Santiago

O relógio marca: 22:54:22 ...vinte e duas horas, cinqüenta e quatro minutos e trinta e dois segundos. E ele tinha até a meia noite para tomar uma decisão: “A de ser feliz.” E aquilo era um golpe de sorte. Hoje ele decidiu começar uma nova vida. Para esse tipo de sonhador, é o grande dia. Um pouco antes das quatro, ele decidiu tomar um banho de chuva, para lavar a alma. Essas tempestades lilases nunca esperaram anoitecer para mostrar os dentes. Ao menos desta vez, estavam brancos. Da cor que ele se sentia por dentro. Com um sorriso mais angelical possível, ele se desprendeu do chão e começou a voar. E fez um par de asas com aqueles lençóis brancos que brilhavam como seda lavada. Não tinha vento. Mas ele inventou um.


P.S.: Te abraço com carinho.


Lídia Martins

lídia martins disse...

Quer saber Santiago:


Se ele quiser chegar, vc deixa.

Jamais se permita tornar-se tão imponente que outras pessoas não possam ter acesso a vc. Cada gentileza que seu coração emana constrói sonhos com beijos de sol no coração das pessoas. Enquanto ergueres os olhos para o "Outro", jamais se sentirá sozinho.

Nem que seja com um gesto, com um olhar, com uma saudade, com uma história, você fica.


Um beijo

rubens disse...

É uma face diferente da mesma moeda, não é?
Mas acho que às vezes vezes nós preferiríamos não ter determinadas "vantagens".

bonito o post, obrigado por comentar no meu.