terça-feira, 1 de dezembro de 2009

O PRESENTE É TÃO GRANDE

Tens ouvido as poesias caducas deste mundo? Elas cantam um futuro que já é, e tem se apresentado belo, veja só. Também tem escuras as partes ora distantes ora próximas e, em ambas, há amigos que juntos caem na mesma dança. Mesmos cansados, mantêm a esperança, dão as mãos, mesmo se mãos tão diferentes, mesmo se tão caducas, mesmo se em realidades tão opostas, como a do menino moço e do menino velho.

De mãos dadas, caminham para o futuro que não existe. Afinal, sobre o tempo, só mesmo o passado existe, todo o resto tão igual taciturno se desfaz. O presente é mais rápido que a consciência e o futuro se esvai por entre nossos dedos... como ele chega depressa demais!E, então, se transforma em lembranças próximas, sem se afastar muito. Uma criança - a mulher acriançou novamente -, uma história, suspiros e paisagens tortas.

Ainda muito jovem, desconhece os finais do poema, não escreve cartas, desconhece palavras e essência de morte. Não sei se conhece, já, uma ilha. Talvez um rio, um lago e o mar. Serafins, estou certo, o guardam. Se o guardam. E me dão provas disso. E acredito mais neles e noutras coisas pelo presente ainda humaninho. O que vejo se faz matéria, o tempo passado, os homens presentes meninos passados; velhos, como este, futuro. A vida se refaz a cada dia.

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