sábado, 19 de dezembro de 2009

contraponto

É que nessa viela de São Paulo, em meio às lojas, uma outra loja me chama atenção. Fica ao fundo, de frente para todos, tal qual pagante de restaurante ou chefe de família. E ela vê o que mostro acima, um caminho longo, entrecortado por coqueiros e pessoas que se aventuram adentrar esses poucos metros. No meio, bancos, às 16h, sol na metade e metade sem o sol. Sento para ganhar ar.

Em tal loja, de pé, atrás da porta de vidro, outro senhor me olha. Loja de troca, compra e venda; uma loja mágica, que guarda tantos outros objetos de carinhos herdados dos pais, avós e se sabe lá quantas gerações podem repassar um mero relógio de bolso. O senhor, japonês, estou certo, parecia saber de todas as histórias dali, em promoção. Parecia saber da minha, que escondo virando-lhe as costas. Por hora, ainda a mantive minha.

Voltando-me para a entrada, noto que SP é mais do que avenidas cheias, é também corredores vazios. Percebi dois casal na 1ª loja, um bebê ainda na barriga, um cigarro, um café, e me deu vontade dele, que não tomei por estar sozinho. Para mim, café é bebida coletiva, ou um cigarrinho para não fumante. Acalma, mas me acelera, fico ligado. Quanta sensibilidade com o florescer da idade. Cafeínas!

Um comentário:

lídia martins disse...

Compartilho dela há tempos. Minha mãe desde de cedo me taxou de jovem grisalha. De coração. Tenho andado com vontade de permanecer nos campos de concentração emocional para sempre velho Santiago. E cultivar em paz o meu fim. Vestida nessa fantasia de sobrevivência que a sensiblidade trás.

Mas só chove.

P.S.: Te abraço com carinho.