segunda-feira, 31 de agosto de 2009

CAMINHOS PERCORRIDOS

Se achas que podes caminhar. Se acreditar que pode correr e não ganhar. Se queres trilhar e não se dá ao luxo gratuito de explorar. Se queres passar e passando deixas-te de se identificar pelo percusso. Se perdes nome, rosto, identidade e família. Se abre mão dos cuidados de uma estrada já traçada. Se escolhe um caminho mais escuro porque sabe que é nele que se acha tudo que se deixou por outros mais curtos e claros. Se queres piso liso, grama aparada e água de fontes geladas.

Como vais encontrar a si mesmo? Como trilhar uma nova vida se percorres uma já vivida? Como procuras luz em lugar onde ela já se teve e se apagou? E se apagando que graça teve acendê-la novamente? Porque não deixas-a dormindo? Como pensar um novo caminho se segues tantos velhos? Cadê suas vontades se andas pelas dos outros? Cadê, me diz cadê, aquela velha bússula do seu pai que ganhaste para justamente ser o caminho a ser encontrado por outros?

Se não queres calos ponha um tênis bem macio e vai por ai, pulando as pedras das quais não se lembrará e as deixe para mim, que pisando me lembrarei delas e com elas construirei meu castelo, meu caro amigo e simples errante.

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