quinta-feira, 19 de abril de 2012

Outono quente



É Outono, e tenho que, apesar da juventude, me esquivar de algumas coisas cada vez mais. Uma delas são pessoas. Tenho caminhado lentamente nos últimos dias, buscando manter serenidade e auto-confiança. Não me preocupo muito com minha estima, já que minha parte criança, moço e velho é bem resolvida. Quando um exagera, outro delicadamente pondera. Se pondera de mais, o outro senta e descança, espera o tempo - esse deus das curas impossíveis -  passar. Pessoas entram e saem todos os dias da minha vida. Algumas, percebo, tem no olhar uma pequena parte antes minha: pode ser uma saudade escondida. Outras, e dessas me afasto, mostram logo uma prévia de algum erro meu: e pensam acertar sempre! Um banquinho de madeira que gosto eu não me desfaço. Uma cadeira cara e lustrosa, que não me cativa, me desfaço. Às vezes me pergunto se é justo para com um outro tal atitude... mas me absolvo rapidamente, imaginando que ele tão se basta de sí que, insignificante que sou, não sentirá saudade. São tempos quentes esse Outono que vivo.    

ps: a foto é no moçosantiago, de sua varanda. 

Um comentário:

Anônimo disse...

Gosto de ler o que você escreve...
Nina