É estranho conhecer e ser desconhecido. Ter amigos* que jamais seriam amigos entre eles, saber que tens amigos - tão presentes em suas fotografias - e saber que és um amigo tão ausente nas minhas (e eu nas suas). Não temos imagens juntos, existimos? Não somos fora das nossas químicas lembranças e silenciosas relações. Parece segredo. E algumas coisas são melhores ficar como estão. Saber é bom que em nossas capacidade de olhar só nos vemos se olharmos para dentro, não como quem vê pura e mecanicamente, mas como quem busca o quê ver; e, nesse caso, não somente como quem busca uma imagem, mas uma lembrança que pode ser um cheiro, um som, uma palavra escrita ou uma sensação que já passou. Talvez seja mais forte o te sentir pois desprezávamos quaisquer forma mecânica de nos lembrar-mos um ao outro. Talvez seja mais fraco porque somos constantemente trapaceados por nossa química memorial - e mais e mais com o passar dos tempos. Mas eis que, de repente, algo me faz lembrar você e - talvez por parecer absurdo - sua presença vem à tona. Confesso que acabamos vivendo muito mais: sem saber se foi vivido ou inventado, você aparece de um jeito certo ou errado. Seja como for.
*Dedico aos amigos que tiveram uma infância e adolescência felizes sem máquinas fotográficas, filmadoras e celulares por todos os lados...
4 comentários:
A emoção de conhecer você se fortalece a cada texto e cada uma dessas lembranças que temos, sonhamos ou inventamos.
Acordei no meio da madrugada. E atravessei o mundo só para cobrir-lhes. Tinham frio, as pessoas aprisionadas nas fotografias.
Hunn... então sou uma delas...
das que dedica a postagem...
ha menos de 1 ano comecei
a registrar e fotos.
Bjins entre sonhos e del´rios
... daquelas lembranças...
tenho reparado na tua ausência!
é, silenciosamente somos presentes na vida de gente que nem sabe... e por vezes é segredo mesmo.
existimos! inventamos, sonhamos e curiosamente... vivemos, sentimos.
adorei os textos.
e a lembrança:))
beijo.
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