domingo, 21 de agosto de 2011

Planos pra quando o amanhã chegar



Fazia exatos 22 dias que ele havia comprado aquela garrafa de vinho que tanto gosta. Estava fechada há 18 quando entendeu que deveria abrir. Pizza de marguerita, um clássico no bluray e a noite foi feliz. Apesar do calor. Planejador, escolher a pizzaria a dedo, o filme após 1h olhando aquelas prateleiras deixadas de lado, como se não tivesse mais valor, foi como um exercício de sobrevivência. Como treinam os exércitos dias e noites na selva ou deserto frios, eu treino com esses prazeres que a modernidade, a pizzaria delivery e a locadora no quarteirão de casa me proporcionam. Dois dias depois veio o frio. A garrafa já estava vazia, ainda há dois pedaços de pizza na geladeira e o filme ainda na lembrança. Pra valer o frio que chegara, resolvi esquentar meu capuccinno. Precisei ponderar pra entender que por mais que a gente plenaje, se esforçe e tenha prazeres, sempre alguma coisa ainda fica pra depois. Neste caso foi o frio. Mas tenho medo que essas passagens como que bobas possam ser sentimentos ou desejos por vezes anulados inconscientemente. O frio demorou dois dias... Tenho medo que algumas coisas custem uma vida toda pra chegar.

4 comentários:

z i r i s disse...

Olá Velho, como vai? Fazia um tempo que não vinha tomar de seu café, sempre incorpado!

E então é isso, a espera encompridou-me o corredor e o silêncio.

Lindo texto!

Bom te ver!

Abraço

Quem escreve disse...

Acho que estivemos longe por um bom mesmo tempo... Mas volto, devagar, a beber do que eu gosto. Bom te ver por aqui. Breve vejo-a por ai.

Fabi Anselmo disse...

E acho que estas contagens e marcações da espera servem pra adoçar algo que nem deve ser degustado.

Abraço!

Viviana Ruiz disse...

Olha, gostei daqui!
Da maneira como escreves...
perfeito.
tbm tenho medo de que algumas coisas nunca cheguem.