sexta-feira, 28 de maio de 2010

De papo pra Pipa

Hoje me sento aqui pra te ver. Venho conversar um pouco, dia corrido, sabe? Uma paradinha prum café me faz bem. Descansa as pernas sua cadeira de pau, me descarrega a mente sua conversa livre de assunto e me sussega a barriga o pão sempre quentinho da esquina. Pipa, você diz que ama e eu digo não saber o que fazer da vida. Queria me aplicar, mesmo agora, em algo que me fizesse novo, que me fizesse alegria e que me fizesse simples, sendo quem quer que fosse ou seria. Entenda que do alto já nem sei se isso faz alguma diferença.

Aqui contigo sempre chove na hora certa, é estranho. Essa conversa solta me transforma, muda o que eu trouxe dentro dos olhos. Aqui eu me torno o que eu anseio, sem mesmo saber o que é. Aqui pego meus lápis de luz e pinto um quadro bonito, todo narrativo. E nêle eu me entro dentro, sem mesmo pôr meu ponto de vista do lado de fora pra quem me visitar poder ver também. Estranho... aqui sinto companhia, mas feito minha pintura de luz me sinto sozinho novamente. Hora de ir. Caminho longo e ando devagar, sabe?

2 comentários:

lídia martins disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
lídia martins disse...

Meu muito querido Santiago:



Passei a tarde toda pensando nesse seu percurso de volta. Se estaria bem, se estaria seguro. Pensei principalmente se tinha levado a água fresquinha que coloquei na cabaça. Quando olhei para o sofá me dei conta de que você havia esquecido uma sacola de sonhos.Vazia ela não estava não, porque ninguém tirou nada de lá todos esses anos. Ou a teria deixado ali porque não quer mais carregar? A minha primeira reação foi segurá-la com bastante força e me colocar estrada a fora para te alcançar. E no caminho, descobri que a gente não vai a lugar algum sozinho. Eu vou com você nesta estrada, que alguns chamam de vida. Outros chamam de destino. Eu chamo de estrada. Aquela que nos vai levar juntos à infinita ponte de nós, a do amor próprio.



Te acompanho. Me acompanhas.