quinta-feira, 11 de março de 2010

Entrave


Certa vez entravei: a maçã boa ou a não boa e fiquei pensando se seria caso para a ética, a moral ou para a polícia. Decidi que tinha saudade, e isso bastou para escolher outra maçã. Mas ela poderia não ser doce como a de antes, não ter a textura podre a que estava eu acostumado. Mas era mesmo podre? Não, nem eu mesmo, que a segurei por tanto tempo em mãos, saibo responder. Talvez fosse, porque não a seria? Fato é que me agradou a mais colorida, a que menos se era diferente, a que não fazia das outras iguais a ela. Peguei, então, a que era ela mesma, e eis que tudo foi mais natural, até mesmo eu me acostumar à ela. Numa segunda, foi isso que pude fazer, pois a porta/janela estava aberta e só. Nem vento entrava, nem nada. Nem sombra. Mas eu estava lá, do lado aqui, de dentro, esperando ela entrar. Mas ela preferiu falar ao telefone que não estava lá se preocupando muito, que frescura não era a dela. E quando, então, a maçã em minhas mãos me falou ao coração, faltou dúvida, caiu, então, a certeza de não se saber o que passa. E nossa história não estaria pelo avesso assim, sem final feliz, sem coisas bonitas para se contar. E, até lá, vamos viver, temos muito ainda o que fazer.

2 comentários:

lídia martins disse...

Minha caneta está possuída. Esta maldita não me trás outra coisa a não ser fome e frio. Então pego a cadeira e sento. Um dia saio da história, e entro para a vida.






Quando eu conseguir isto. Te pintarei de azul


Te abraço.
Me abraças.

lídia martins disse...

Velho, vim me despedir de você. Estou indo para o céu agora.

Mande rezar a missa de sétimo dia. Mas não fique desapontado. Que da vida registrei meus melhores instantes.


Foi um prazer estar com você.

A gente se vê na outra vida.