terça-feira, 6 de outubro de 2009

O TEMPO PASSADO

Pois se inventou que o tempo passa, até mecanismos de pulso para se dizer isso fizeram, mas esqueceram de fazer como ele parar. Construiram isso de presente, passado, futuro e não disseram que o futuro nunca existiu e que o presente bem menos porque o agora só existe na consciência - e depois dele próprio se tornar passado. Que cilada carrega-se no pulso aquilo que eu nem quero na alma, nem que se lavada.

Mas repare se não há velocidade no nascer e no pôr do sol. Sente a rapidez da lua em se minguar ou o vento que passa ligeiro para um lugar onde se esconde de voltar. Té mesmo a núvem, branquinha no céu, tem medo de ser algodão e ter que ser colhida, por isso também ela tem isso de passar. Como me parece que tudo já vivi! Vi hoje uma despedida, iguais diferentes olhos mansos mas triste diziam adeus, mas em tom até breve, já nos revemos. Mas nos revemos onde?

Olhinhos bonitos, que beleza passada, onde antes via eu apenas idade. Como eles estão ficando cada dia mais lindos. Os olhos que enrugam são os meus de cegueira da pressa, da fonte da juventude que arde de tanto cloro. Perceba o olhar... calmos são os vividos, não porque já conhecem, pelo contrário, porque se enchem do desconhecido e dele espera algo como quem já não tem algo novo para ver. Sim, de tais olhos saem de tudo. Perdem sono, sem saber porque. Mas eu sei porque. E não conto.

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