sábado, 10 de outubro de 2009

CARTA PARA QUEM ESTÁ DISTANTE

Que tais carteiros épicos, vestidos de azul ou verde a serenar, encontrem esses endereços espirituais secretos, à margem de um riacho em construção. Porque alí mora meu grande amor, sobre uma monta peculiarmente ornamentada de bromélias e orquídias convalescentes. És imortal e talvez a um remetente precoce não se lembre. Que falta fará um telegrama de amor, a quem está acostumada a ver o começo e o fim das coisas? De certo rirá.

Esse tipo de alma feminina, sempre a encantar, talvez esqueceu-se como encostar a cabeça sobre um peito e ritmar respiração; talvez como entrecruzar os braços e pernas não se lembre, e que falta sente um homem sem o carinho necessário para ser homem outra vez no dia seguinte. Mulheres de Athenas, Carolinas, Iolandas, tais Helenas ainda persistem? Quanta força tenho sem saber que por mim teces e desfias no mesmo em que respiras, que tal saudade é presença - e não falta - e que falta me faz um pouco estar ao lado seu.

Sentes saudades por algo perto mas que se faz distante? Se souber aproximar, me diga, escreva, me conte, porque tenho tentado e falhado. Tenho me colocado na linha de frente, mas sem o oposto para o combate e que falta me faz uma explosão de sentimentos! Como explodir um encontro de sentimentos sem ser assim, explícito, sem assustar, sem acuar um coração não tão intenso, talvez menos que um uma fruta demasiadamente doce. Como aproximar sem deixar minha sombra, antes, a mim anunciar e exponencialmente enganar com sufoco um excesso que, na realidade, é só uma sombra projetada em tamanho irreal? Me responda.

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