terça-feira, 23 de outubro de 2012

Nós e nossos eles


Vez ou outra penduro imagens mentais da minha vida no teto da minha idade. A cada novo ano, novas experiências; não necessariamente valiosas. Somo, em alguns anos, o mesmo que em meses, semanas de outras épocas. E esses últimos tempos têm sido ricos nesse sentido. As grandes e valiosas amizades, as coisas boas compartilhadas, as grandes aventuras no meu mundinho pequeno, as mentiras descaradas dos outros e minha carinha de quem acredita. Tempo de tudo e de todos. Todos dependurados ali, nas minhas imagens aéreas. Às vezes preciso me afastar pra tentar olhar pra algumas deles. Tento ponderar, observar o que houve. E pouco vejo. Meus eles se dissimulam quando os encaro. Me afasto mais ainda, tento manter experiências com as passagens da vida. E muitas tão pouco me trazem: pessoas que pouco - ou nada - me mostram. Queria até deixá-las fora desse texto, mas, sem citá-las, como poderia excluí-las? Desses tempos fabulosos, porém, levo gravados ensinamentos. E foram doídos, só assim pra marcar. Eles todos me abrem para um outro eu e seguem comigo agora. Vão pra sempre, dependurados no meu teto e ao alcance das mãos. 

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