quinta-feira, 22 de dezembro de 2011

Primeiro Encontro


Distante, ela sorri. Próximo, ela retribui mais uma vez o sorriso. Ele pensa o significado de um sorriso. Conclui que um sorriso é um sinal de aprovação ou ao menos algo que o valha. Ele se aproxima e invade aquele espaço mínimo que todos têm, o limite no qual, se ultrapassado, ficamos sem jeito. Passa então a mão pelas suas costas e sente um leve afastar. Não pergunta o nome dela e solta algumas palavras ao pé do ouvido que serão mal compreendidas. - "Você tem um sorriso bonito. Será que eu poderia mantê-lo em seu rosto depois que sairmos daqui?". Educadamente, ela responde que já está sorrindo ali. Ele consente, mas abre que ali ele sabe que ela está sorrindo, e que havia dito se depois daquele momento ele poderia manter aquele sorriso. "Eu namoro", ela diz. Ele oferece então um café, e deixa claro que quando se namora e se sorri assim, talvez, seja um momento no qual se pode dividir experiência, carinhos e afetos, criar quem sabe laços de amizades. Ele não quer perder aquele sorriso. Mesmo depois da última tentativa, ela se eleva a um status alto de popularidade argumentando que, caso vissem-na com outro em algum ponto daquela grande cidade, poderia ser mal interpretada. Ele se afasta sem lembrar da última palavra que havia dito. Apesar da contradição dos sinais e intenções dela, ele leva a boa impressão deixada pela educação com que ela lhe falava. 

*inicio com este texto a Série "Encontro", sobre encontros não vividos, mas que seriam possiveis existir. E, caso seja um encontro que tenha realmente acontecido com você, leitor, compartilhe!

Nenhum comentário: