segunda-feira, 22 de agosto de 2011

Auto retrato




Se auto retrato, não saberia definir o velho, nem o menino, nem o moço. Não saberia como falar sobre eles. E se o faço, é com bastante timidez. Fato é que este post é para me conhecerem um pouco. O Velhosantiago é este ai, do daguerreótipo acima. Sim, não é uma fotografia, é um daguerreótipo. Não é uma foto antiga, pelo contrário, é novíssima, feita em julho de 2011 por uma técnica de 1837. Raridade, não? Bem, desde pequeno durmo tarde. Mãe que tenho bem que tentou que tomasse jeito esse moleque - "fecha os olhos que o sono vem". Mas... fecho os olhos e pipocam sonhos realizados, vontades deixadas pra depois, realizações que me alegram, minha camiseta nova que quero usar amanhã. Sou do impossível ao absurdamente simples. Da leitura fácil à incompreensível (que abandono quase de imediato), dos filmes em fullhd ao nosso querido Corinthiano, o Mazzaropi. Sou da água ao vinho, seco, do café - este sempre quente, claro - ao pão com manteiga que gosto muito. Escrever não é um dom, nem exercício, como pensei que seria ao criar este blog. Tornou-se fuga (sim, Pipa, desta vez fuga). Do quê? Deixo assim, subentendido. Por isso deixo a porta sempre aberta. Por que não tem hora pra ser Velhosantiago.

Ps: notaram a chícara de café que seguro na imagem acima? Detalhes... e hábitos que vocês conhecem mais do que ninguém.

4 comentários:

Juliany disse...

Eu me identifiquei com o texto =) Pena que tenha ficado sem internet tanto tempo, e acabei abandonando meu blog e guardando ansiedades e pensamentos só na lembrança.

lídia martins disse...

Tenho vivido dias sobrecarregados Santiago, mas ler você, sempre alivia meu fardo.

Coisa de gente de bambu que carrega o peso do mundo nas costas e agora vive envergado. rs

Pode muitas vezes dar-se que a fuga queira apenas levar-nos para o extremo de nós mesmos. Lançar-nos no deserto do ser, essa coisa substantiva e infinita que nos classifica, nos memoriza. Vou reunir as últimas forças dos dedos para lhe dizer isto: Precisamos uns dos outros para o que não temos capacidade de gerar, Santiago. Compartilhar o café-palavra é preciso, já que no fim, somos todos espíritos transitivos.

Velho, menino, moço, eu os vejo todos juntos no espelho. Não tema os reflexos. Acredite ou não, Santiago, é lá que nos descobriremos. Deles, emergem o que possuímos por dentro.


Te benzo.
Me benzes.

Tiramos a inhaca da alma. rs


Beso da Pipa.

lídia martins disse...

Velho, antes que eu me esqueça, bonito o daguerreótipo. Mas projetar a realidade com cem tonalidades de cinza?

Da próxima se pinte amarelo-ouro, meu Velho. É assim que lhe enxergo.

Fernão Gomes disse...

Gosto desse horizonte que mistura o literário e o autobiográfico, gerando uma terceira possibilidade que não é propriamente o que as pessoas esperam, que transcende as expectativas. Mesmo que não haja expectativas. E gostei demais do daguerreótipo.

Grande abraço, sangue bom.
Boa saudade.

Fernão Gomes