domingo, 27 de fevereiro de 2011

Sobre a convivência consigo mesmo


E porque a gente é assim que a gente não leva de outro jeito. É obvio, é certo. Mas, no entanto, isso às vezes coalha meu café (vai leite nele).  De certo lá nos fios as andorinhas não se atrapalham com o calçado. Perceba que muito menos se misturam. A foto é minha, eu que fiz. Achei estranho e pensei sobre convivência mútua, no caso, do homem com si mesmo, como dois seres distintos: um quer estar junto ao seu íntimo, aos seus sentimentos naturais, àquilo que, de certa foma, se assemelha a ele mesmo; já o outro, este só lhe pendura os calçados nos fios. É natural que estejamos tão fora e dentro consigo mesmo? Penso nas implicações: euforia pela esquerda, alegria, partilha; solidão pela direita, reflexão, percepção de tempo alterado. Quando fico muito assim, pensativo, fazendo associações inimagináveis é que páro, olho no espelho e percebo o menino sorrindo, como se tudo isso fosse uma brincadeira dele (e o velho aprova)...