terça-feira, 21 de setembro de 2010

Esses velhos de vinte e poucos anos


Sei sobre muitos velhos - como eu - cuja energia se vê não se sabe de onde se vem. Plantam horta, caminham devagar e claramente cansados em poucos passos, mas seguem, sempre, pois vêem a vida que se vai... Conheço jovens que não andam mais de uma esquina para comprar refrigerante mais em conta, que não vão em festas porque no outro dia precisam acordar cedo para manterem-se descansados com a vida que passa e sequer tais olhos descansados vêem. Suas energias se vão não se sabe por onde. Canso apenas de olhar para esses tipos cansados. Onde já se viu deitar tão cedo, antes dos 50 e poucos anos, fechar os olhos, manter os tênis novos e os Kms do carro baixos? Compram GPS para se localizar e sequer localizam o caminho mais distante, menos pisado. Tem um pneu novo por mais tempo e não gastam os vidros de tanto olhar para novas e impensáveis paisagens. Que saudade que a minha velhice me dá, aqui aos 29!  

5 comentários:

Pérola Anjos disse...

Das coisas que tocam alguns e passam despercebidas por outros. Os que mais sentem são os que mais vivem!

Beijos!

H. Machado disse...

Que não seja uma crise clichê, Velho Santiago! Ou que seja, também. Há tempo.

Mariana Lopes disse...

É. Vai ver, aquilo que nossos pais vivem dizendo, - aproveite, porque quando tiver a minha idade.. - de fato é mesmo.
-Ah, se minha mãe pensasse assim.
Enfim, abraços!

Karine Bass disse...

Meu velho, querido.
Aí está, acho que os jovens estão se doendo muito, e ânimo?

"Viva todos os dias como se fosse o último, por que um dia ele será."


Beijos nos olhos, e que eles estejam sempre com aquele brilho intenso, para que meus lábios possam continuar com aquela luz.

Fernão Gomes disse...

Olá, meu amigo distante. Que belo texto joefanteano, como costuma acontecer. Lembro-me de Fernando Pessoa, de um poema que ele escreveu, belíssimo. Os que precisam de gps já se perderam nos campos do esquecimento. São apenas espectros. Nós não precisamos de referências; nós somos. Abraços doamigo distante.

Fernão Gomes