terça-feira, 13 de janeiro de 2009

PRIMEIRO DIA DEPOIS

O primeiro dia costuma ser uma merda. Não se sabe o que fazer, por onde começar, com quem falar. Nem se se precisa falar com alguém. Não se sabe de nada. Aliás, ainda ninguém sabe nada por aqui. Até eu não sei o que faço aqui. Mas uma coisa eu sei, essa sim: preciso de aumento. E preciso justificar pq eu preciso de aumento. E isso eu não sei. Sei que o arroz subiu, o feijão, dizem que o leite também. Subiu a água, e sem evaporar: incríveis 25%. De R$4 para R$5. Eu já disse que se não for por R$4 não compro mais. O cara deu nos ombros, não disse, mas pensou: “vai se foder”. E eu paguei mesmo assim.
Como justificar um aumento? Eu nem justifico minha existência. Logo eu? Penso logo existo: a melhor definição. Não explicar é a melhor explicação.
As coisas vão mal, não é, camarada? Sim, vão. Mas foram piores. Lá, na década de 20, 30. O Crash americano, as Gangues de Nova Iorque, o Hitler lá na Alemanha, aquele filho da puta... Mesmo por tudo, o dia amanheceu lindo. Verdade que eu não vi esse amanhecer, acordei atrasado. Aliás, ontem eu dormi atrasado.

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