quinta-feira, 10 de novembro de 2011

Seu sorriso



Desde aquele primeiro sorriso seu o tempo continua sua sina: correr ora vagarozamente ora demasiadamente acelerado. Em ambas situações, às vezes, cruzo com um motivo ou outro que me traz aquele instante belo para diante dos meus olhos, como se fosse um passe de mágica. Mas eu não sou mágico, então quero que saiba que não há magia nesses instantes, apenas saudade. É como se você estivesse ali, na minha frente novamente. Eu não sinto nada além de uma calma saudade, que se instaura sem pressa e toma forma bem definida, que fica estampado no meu olhar brilhoso cheio dáguas e no sorriso meu sem jeito que ninguém percebe. E se perguntam: "porque você está quieto?", nas raras vezes que me entrego, eu nego. Explicar levaria muito tempo, e já que ninguém saberia reconhecer seu sorriso - nem atribuir o mesmo sentimento que somente eu sou capaz - então prefiro me esquivar. Seu sorriso continua presente em mim, mas agora na boca de outra pessoa. 

3 comentários:

z i r i s disse...

Velho, você é algum tipo de mago ou coisa assim? É. Tenho lidado com um escrito que não desliza. Ele fala de saudade. Falaria ou gostaria que assim fosse... se não estivesse tão anêmico.

E agora te lendo, plin! Nada ainda...

Mas já sei ao menos que palavras por mais generosas, são vestes ainda pequenas para sentimentos tão silenciosos. Ainda que esse sorriso do qual falas seja estardalhaço de revoadas...

Seu sorriso continua presente em mim, mas agora na boca de outra pessoa.

Obrigada, por eu te ler!


Beijo da Ziris

lídia martins disse...

Curiosamente, estou vivendo a mesma experiência. O que vejo é só fumaça que o vento toca de volta. Mas ainda havia fogo quando pensei em ir em frente.

lídia martins disse...

Doeu ler isto Santiago. Especialmente esta noite, em que a lua cheia está radiante de glória, convidando-nos a modelar a luz e dar-lhe a serenidade da alma.