segunda-feira, 7 de novembro de 2011

Foco



Todos me pedem foco, menos aqueles que não. Óbvio de mais não é essa primeira frase, é aquilo que querem de mim: meu sangue. Mas só terão se for assim: se eu der! Se não, não. Óbvio! Nem tanto. Já me dei diversas vezes e fui demasiadamente cobrado além do que poderia corresponder. Ou do que eu queria COrresponder, já que respondo melhor aos seus impulsos mais instintivos, naturais. Pouco me fiquei preocupado antecipadamente ou posteriormente pelas suas convenções sociais, morais, éticas, psicológicas, religiosas, metodológicas, enólogas, que seja. Que se lixe isso tudo. Foco desembeleza o passarinho presente na minha mente. Ele é bonito assim, em movimento parado num instante permanente; realidade apreendida com a percepção ampliada pelo resultado da prática fotográfica. Já que minha mente humana tende a completar o abstrato, forma pregnante repugnante que suga minha sensibilidade, não quero então você. Quero é o que eu sinto por você. O desfoque do que sinto é muito mais sensivel e gostoso do que o foco do que percebo: coisa acabada e só.  

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