quarta-feira, 3 de fevereiro de 2010

Primeiro segundo, terceiro, quarto, quinto...

Tinha ele um peso alegre nos ombros: era a saudade dos amigos que batia, todos longe já, crescidos, casando-se e tendo filhos e outros cumprindo esses dois ao contrário. Sabia ele que saudade é comida farta e boa, que diz a refeição ter valido a pena. E sentia muita. Alí, no sofá, ocorreu de ter tido com as ideias o seguinte: se hoje tem seus amigos que se foram morar longe, um a um, um dia o primeiro deles terá que ir mais antes do que os outros, e esse chegará sozinho na frente. E assim, ao invéz de ver os amigos indo um a um para os mais variados cantos, verá-los é voltanto - tomara um a um - para perto novamente. E será feliz a cada volta, o oposto do que senti ontem, lembrando deles indo e indo-me também da mesma forma. Mas não sei... não queria ser o primeiro a chegar lá para receber a todos. Enquanto a isso tudo bem, o primeiro já está lá, a espera do segundo, terceiro, quarto, quinto... de mim?

2 comentários:

lídia martins disse...

Santiago



Será que o telefone dela foi cortado? Pensei segurando um terço bento. Já não foi a primeira vez que examinei curiosa aquele aparelho. Ainda agorinha revirei-o com as mãos, e o levei até o ouvido, pois parecia que no interior dos fios alguma coisa sinalizava. E de fato tinha. Era a voz dela dizendo:


"Aconteça o que acontecer, não solta das minhas mãos."


Ela vai atender ao seu chamado. Mas primeiro vai ter que atender ao dela.


Santiago, esses tantos eus de você tem uma cara de "deixa eu passar na sua frente". Porque Santiago? Porque quer deixar que eles cheguem primeiro?


Te conto. Me contas.


Um beijo de chuva pra você.

ESFERA ENGENHARIA E ARQUITETURA disse...

Eu carrego sempre meus pesos alegres nos ombros... ;)
bjos...