quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010

Passarim feito pra voar

 

Passarim feito pra voar, avoe, não fique ali parado como quem diz sentado pq as asas não bate. Se quer falar sobre isso, de nada adianta, você é passarim e pronto. Ícaro não era e virou mito, mas você, que é, fica é muito esquisito posando pra foto. De criança eu pegava os pequenos e cuidava, eles logo se iam e eu não entendida... tinha tudo aqui, até casa de caixa de sapato, do último sapato comprado, casa nova. Ainda não sei se iam ou se iam é com ele, minha mãe não detalha. Se voam é pq são assim; eu, sem asas, sou só suspiro. Queria numa queda livre só fugir do gavião, e lá, depois do mergulho emocionante, subir novamente e procurar um riachinho pra tomar um gole. Refrescar e depois procurar outro gavião pra mais uma disputa. Ou quem sabe ia pro sol, ter um papo com o Ícaro que, sim, vive por lá. É dele que se caem as penas que vemos no chão. 

Um comentário:

lídia martins disse...

Sempre me dirigi a você como se tivesse cem anos. E você tem. Só que por dentro. Os meus dias tem escoado sem trazer qualquer acontecimento extraordinário. Mas as últimas horas passei ouvindo conselhos de uma criança sonho que me tocou bem de leve na alma. E falava dessa coisa aí de voar. Coisa que eu já fui boa. Hoje não mais.

Logo eu que era vôo, Santiago. Virei pouso.


Mas eu ainda sonho.



E tenho dito:


Como são belos seus vôos metafóricos!

Um abraço.