segunda-feira, 22 de junho de 2009

A PARTIDA

"Por severo tempo estive ancorado. O vento era demasiado, a tempestade intransponível, as núvens pesadas e negras beijando as ondas. Era a fase jovem do barco, e resolvi não arriscá-lo. Não que não acreditasse que ele poderia vencer essa natureza selvagem, mas por sentir que era hora de estar com as âncoras ao fundo, lançadas ao mar para amenizar meu balanço em meio ao caos. Era preciso esperar os ventos forte que sopravam diminuirem.

Depois, toda tormenta foi passando, mas o céu se coloriu de cores e minhas velas queriam tocar todas. E isso é impossível. É desumano cores de mais para serem tocadas. Eis a calmaria. E eis a hora de puxar âncoras, esticar as velas, e seguir com o vento.

A grande questão que observei era como o veleiro, apesar do mar o ter castigado por curto tempo, sentia necessidade de cortar as águas agora calmas. Porquê? Então soltei o timão e o veleiro seguiu um rumo esperado, soprado pelos ventos. Nesse soprar, eu naveguei em zig-zag, que é como se faz ao navegar com as velas. E indo em nesse vai e vem, percebi que embora eu me destine a um lugar de chegada, eu o fazia recortando a linha reta que me era sorrateiramente destinada. E lancei velas para frente, impelido pelo vento", disse-me o jovem marinheiro.

Um comentário:

OutrosEncantos disse...

Não sei porque tenho andado tão longe deste canto.
Acho que cheguei na tua partida.

De novo, Feliz 2011!!!!
Abraço.