quinta-feira, 25 de janeiro de 2024

Salve, Jorge


Depois que as cortinas foram fechadas e os aplausos se silenciaram, as luzes foram apagadas e a porta foi fechada. Tudo num piscar de olhos, tudo em milésimos de segundo, tudo efemeramente impreciso. Não tinha relógio nos punhos, mas o tempo que corria ali, acima de sua presença mesmo assim, dessa vez parou por um novo e incerto tempo. Embora tantas vezes tenha propositalmente e descaradamente paralisado os segundos e recortado os espaços tantos de tantas expressões artísticas  (para nosso delírio da Arte), dessa vez foi ele quem se despede dos lugares e permanece, parado, em um mesmo espaço conciso. "Salve", sempre dissemos ao chegar ou a sair. Hoje, três Salves foram ditos a Jorge, os penúltimos. Resta, ainda e na fé, um último Salve: o do nosso reencontro. Enquanto isso fotografaremos, aqui nesse planetinha, pelo tempo que Deus nos permitir viver nossa vidas entre tantas outras brevidades e lugares que nos lembrarão de você. 




Um comentário:

KatsuBet disse...

Um exemplo brilhante! Sua postagem é perspicaz e apresentada de maneira eloquente. Agradeço por compartilhar sua valiosa perspectiva.