sábado, 19 de maio de 2018

Espaços, paixão e transformações



Há alguns espaços não ditos. E são tantos e de tantos! O do Sol, sem a presença da Lua. O das demais estrelas, com aquele vazio presente entre tantas e tantas galáxias. Não é uma questão de estar próximo. Não é físico. Não é explicativo. Algumas transformações não podem ser imediatas: precisam de bilhões de anos. Transcendem, e acendem naquela poeira que vagava no espaço vazio uma luz que vai, em duas ou três gerações de sois, finalmente, fundir materiais mais pesados que a nossa mera vontade, materiais como a paixão e o amor. Nem toda luz que se forma produzirá paixão e amor. Ela não pode ser nem muito grande e nem muito pequena, tem que ter um tamanho exato. E essa é a ironia da harmonia de toda a natureza. Algumas pessoas possuem uma grandeza ou uma pequeneza tão extremas que jamais fundirão sua essência em sentimentos. Permanecerão astros chamativos, sem vida ao seu entorno. Que triste para estes. Na pressa do Moço Santiago eu percebia apenas que a paixão marcava a pele. Nas tristezas deste Velho, finalmente percebo que tais marcas é que forjam o amor.

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