quarta-feira, 12 de março de 2014

Pequena flor de plástico


Chegou como todas chegam: colorida, cheirosa, prazerosamente. Mas aos poucos foi-se desbotando. Aquela pequena flor de plástico não sabia mais como respirar. Foi dado água, adubo, carinho e músicas do Nando Reis. Continuou a morrer. O que aconteceu, não sei. Mas suponho: plantas de plástico não precisam ser aguadas, adubadas e cativadas. Muito menos escutam música. Mas aquela pequena flor era falsa. Tão falsa que sequer falsa parecia. Fez-se verdadeira somente para falsear sua essência. E não é que ela floreou? E deu cheiro a danada. E cantava aos fins de tarde. Foi então convidada a ser entregue a alguém como prova de amor. -"Mas... eu não posso nem comigo!", e suspirou em lamento. E foi assim que foi deixada ali.

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