sexta-feira, 2 de março de 2012

Acusado de amor

Volta e meia me acusam de amor. Dizem que namoro de muito tempo é enrolação. Como podem? São pessoas cinzas, que vestem preto e desamadas que dizem isso. Dura tanto justamente porque se ama. As fases que passamos são estigmatizadas: namoro tem que durar pouco, casamento tem que durar muito. Depois, quando as brigas acontecem e os casamentos terminam, nada se fala! E logo eles, que deveriam ser pra sempre. Já o namoro, ensaio daquilo que é amar, é quando se passa da paixão para aquilo que atrevo, com pudor, dizer "o nascimento de amar". O casamento não começa quando se casa: eis aqui o ato de conhecer ao outro, aprender o respeito, apego, a tolerância, cumplicidade... e se passar o tempo necessário para um ser parte do outro. Não apresso, velho que sou, o namoro. Parte que mais me marcou, ato que mais fundamenta o passo seguinte que, por desejo de todos e da igreja, ninguém pode desunir. Mas me acusam de amor. Aos acusadores, as dores. Aos namorados, minha eterna admiração: que lindo são!

Um comentário:

z i r i s disse...

Velho!

Que bonito isso de 'dura tanto justamente porque se ama'... Eu também divido este acreditar contigo.

E confesso um pecado. Eu não penso coisa lá muito bonita de gente que in-venta regras pelos ventos livres da gente, sabe?


'Os namorados que lindos são.'

Desse amor eu te acuso e a tua simplicidade eu aponto com o dedo manchado de estrelas. Moça mais cheia de sorte, essa menina dos teus olhos...


Um abraço,

Ziris