quinta-feira, 9 de fevereiro de 2012

Reencontro



Depois de muito tempo ele foi ao reencontro dela. A espera na chamada telefônica, o "pode passar" que, ligeiramente, soou ter um sentido contrário. Os cruzamentos, as ruas, a procura pelo número da casa e a indicação de referência: "a casa verde na esquina". Acontecem os segundos atemporais, marcados pelas batidas do coração num frenético pulsar. O lapso de tempo é rompido. À primeira vista, o sorriso leve; logo depois o abraço delicado, a falta de paixão no contato por ela. Ele a repreende em ato, puxa seu corpo novamente contra o seu no instante em que um afastamento se anuncia. Ela cede e mais firmemente entrelaça os braços. Pouca coisa. Ele silencia, busca sentir e entender se o tempo dela também está contato pelo órgão que trabalha em virtude de uma paixão. Eles entram, tomam café. Mais gente se aproxima para cumprimentá-lo, sempre demasiadamente educados, demasiadamente amáveis e demasiadamente distanciados de uma vivência que não aconteceu. Então ele se sente querido, e pede baixinho para que o próximo lapso sirva, enfim, para aproximá-los definitivamente.

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